terça-feira, 24 de outubro de 2023

SETORES PRODUTIVOS / ECONÔMICOS

        No Brasil, como em muitos outros países, a economia é dividida em três setores econômicos, que representam diferentes atividades produtivas e desempenham papéis distintos no desenvolvimento econômico do país. Os três setores econômicos são:

SETOR PRIMÁRIO

        O setor primário é o primeiro estágio da produção e envolve atividades relacionadas à exploração e extração de recursos naturais. No Brasil, as principais atividades econômicas do setor primário incluem a agricultura, a pecuária, a pesca, a mineração e a exploração florestal.
        A agricultura é um dos destaques deste setor, com o Brasil sendo um dos principais produtores mundiais de commodities 👈como soja, café, cana-de-açúcar, milho, carne bovina e de aves.
        A mineração desempenha um papel importante na economia brasileira, com a produção de minerais como minério de ferro, bauxita, ouro e outros.


SETOR SECUNDÁRIO

        O setor secundário envolve a transformação dos recursos naturais obtidos no setor primário em produtos manufaturados. Ele abrange atividades industriais, como a fabricação de bens de consumo, máquinas, veículos, produtos químicos, entre outros.
        A indústria brasileira é diversificada e inclui setores como o automobilístico, o de alimentos e bebidas, o de produtos químicos e petroquímicos, o de metalurgia e a produção de equipamentos eletrônicos.
        As indústrias de transformação desempenham um papel fundamental na geração de empregos e no valor agregado à economia do país.


SETOR TERCIÁRIO

        O setor terciário compreende atividades relacionadas aos serviços. Isso inclui uma ampla gama de serviços, como educação, saúde, comércio, finanças, turismo, transporte, tecnologia da informação, entre outros.
        O setor de serviços é uma parte significativa da economia brasileira e tem crescido nas últimas décadas. O Brasil possui uma indústria de serviços financeiros desenvolvida, além de um setor de turismo que atrai visitantes de todo o mundo.
        A tecnologia da informação e a prestação de serviços relacionados à internet também têm experimentado um rápido crescimento, à medida que a economia digital se expande.


        É importante notar que esses setores não operam de forma independente, mas estão interconectados. Por exemplo, a produção agrícola é frequentemente apoiada por serviços financeiros, logística de transporte e tecnologia da informação. O equilíbrio entre esses setores varia ao longo do tempo e reflete o estágio de desenvolvimento econômico do país. O Brasil é conhecido por sua rica base de recursos naturais, o que desempenha um papel importante em seu setor primário, mas também tem uma indústria manufatureira em crescimento e um setor de serviços em expansão.

Como os setores produtivos podem cooperar para a bem estar social?

        Assista um resumo no vídeo a seguir sobre os três setores produtivos da economia.



Cadeia interligada dos setores produtivos + sustentabilidade

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Tipos de Rios

        Os tipos de rios são definidos a partir de diferentes classificações, das quais se destacam: o escoamento, o relevo e a composição das águas.

        Os rios são costumeiramente definidos como cursos d'água ou redes de drenagem compostos por correntes de água doce formadas a partir da obtenção de recursos hídricos das chuvas, do derretimento da neve ou, principalmente, das nascentes onde a água brota do subsolo. Geralmente, um rio é abastecido por uma bacia hidrográfica, ou seja, a área geográfica que capta toda a água da superfície ou do subsolo e direciona-a para um leito principal e seus afluentes.

        Com o objetivo de compreender melhor a dinâmica de funcionamento e evolução dos cursos d'águas em áreas continentais, foi elaborada a classificação dos rios, designando-os aos mais diferentes tipos. Desse modo, assim como ocorre em qualquer outra tipologia, a definição dos tipos de rios depende do critério utilizado para classificá-los.

TIPOS DE RIOS QUANTO À FORMA DE ESCOAMENTO DA ÁGUA  

Rios intermitentes ou temporários – são aqueles que correm em apenas um período do ano, ou seja, secam nas épocas de estiagem. Existem casos em que essa dinâmica é natural, sobretudo em regiões de grande variação climática anual. Todavia, há outros casos em que a manifestação desse tipo de rio é fruto da ação humana. Vale lembrar que os rios que congelam durante uma parte do ano e, por isso, deixam de apresentar os movimentos de suas águas também são classificados como intermitentes.

Rios perenes – são aqueles que correm o ano inteiro, ou seja, não apresentam interrupção no fluxo de suas águas sobre nenhum período, seja ele de seca, seja de cheia. Esses rios são alimentados por uma fonte contínua que faz com que o nível de suas águas nunca fique abaixo da superfície terrestre.

Rios efêmeros – são aqueles que se manifestam apenas em ocasiões de grandes chuvas, sendo do tipo pouco comum e de previsão pouco efetiva. Em alguns casos, eles levam décadas para manifestar-se e podem acarretar enchentes, principalmente quando há ocupação humana das áreas de ocorrência desses rios em seu período de seca.

Rio temporário durante o período de estiagem.
Referência da foto AQUI 👈

TIPOS DE RIOS QUANTO A FORMA DE RELEVO  

        Quanto à forma de relevo, existem dois tipos de rios: os de planalto e os de planície.

Rios de planalto – são rios que costumam apresentar-se em áreas de relevo mais acentuado, possuindo um fluxo mais forte em razão dos muitos acidentes geográficos ao longo de seu percurso (cachoeiras , saltos, corredeiras). Por apresentarem uma grande diferença de nível altimétrico entre sua nascente e a sua foz, esses rios são considerados ideais para a geração de eletricidade, porém pouco recomendados para a navegação na maior parte de suas áreas.

Rios de planície – são rios que apresentam um curso mais regular, haja vista o relevo menos acentuado. Por isso, o fluxo de suas áreas não é rápido e a instalação de hidroelétricas, embora seja possível, é pouco recomendada, pois demanda a construção de barragens muito grandes para um baixo aproveitamento energético, o que gera duros impactos ambientais. Os rios de planície mais antigos costumam apresentar canais cheios de meandros, ou seja, com “curvas” muito frequentes e acentuadas, a exemplo do Rio Amazonas.

Na foto, um rio de águas claras, que neste caso, também é classificado como rio de planalto.


TIPOS DE RIOS QUANTO À AGUA  

        Em relação à composição da água – geralmente observada pela sua coloração –, há três principais tipos de rios.

Rios de águas claras – são o tipo considerado mais “puro” e com um maior potencial turístico. São também chamados de “rios azuis” e possuem pouca quantidade de sedimentos e outros sólidos em suspensão.

Rios de águas brancas – são aqueles que apresentam uma grande quantidade de sedimentos, estes oriundos de rochas como o calcário, além de apresentar minerais, como o magnésio, em abundância, o que confere um tom natural esbranquiçado às suas águas.

Rios de águas pretas – tendo como exemplo mais comum o Rio Negro, na região amazônica, são rios que apresentam sedimentos mais antigos ou pigmentações oriundas de reações químicas e influência da vegetação. São rios de águas um pouco mais ácidas e com uma maior presença de material orgânico.

O encontro do rio Negro (rio de águas pretas) com o rio Solimões (rio de águas brancas)
ocorre nesta confluência de rios, junto à cidade de Manaus (AM), 
onde surgiu oficialmente o rio Amazonas.





domingo, 1 de outubro de 2023

Cânion

        Um cânion, também conhecido como desfiladeiro, garganta ou ravina, é uma característica geográfica natural que se forma ao longo de um período de tempo geológico, geralmente devido à erosão causada por água, vento, gelo ou atividade tectônica. Os cânions são caracterizados por profundas ravinas ou vales escavados na superfície da Terra, muitas vezes com paredes íngremes ou penhascos.

        A formação de um cânion pode ocorrer de várias maneiras, incluindo:

Erosão Fluvial: A erosão causada pelo fluxo de água de rios ou córregos é uma das maneiras mais comuns de criar cânions. A água desgasta e esculpe as rochas e o solo ao longo do tempo, criando vales profundos e paredes íngremes.

Cânion Fortaleza em Cambará do Sul (SC), formada principalmente pela erosão fluvial.

Erosão Glacial: Durante as eras glaciais, geleiras podem escavar profundamente a paisagem, formando vales profundos e desfiladeiros glaciais.

Cuernos del Paine, localizado no Parque Nacional de Torres del Paine"
na Patagônia, no Chile. Cânion formado pela erosão glacial.

Erosão Costeira: A ação das ondas do mar pode criar cânions costeiros, muitas vezes chamados de cânions submersos ou marinhos, à medida que a erosão da água do mar desgasta as formações rochosas ao longo da costa.

Os fiordes noruegueses são resultantes de um processo de formação que envolveu tanto
a erosão glacial quanto a erosão costeira. Embora não sejam classificados
como cânions tradicionais, suas notáveis semelhanças com
 esse tipo de formação geológica merecem destaque.

Erosão Eólica: Em áreas com ventos fortes e constantes, como desertos, a ação do vento pode erodir e esculpir as formações rochosas, criando cânions.

Cânion Antelope, Arizona (EUA). Formado pela erosão eólica.

Atividade Tectônica: A movimentação das placas tectônicas pode causar falhas na crosta terrestre, levando à formação de cânions por levantamento ou afundamento de blocos de terra.

Cânion Colca no Peru. Formação devido a atividade tectônica.

        Cânions podem variar significativamente em tamanho e aparência, desde pequenos desfiladeiros até grandes formações como o Grand Canyon nos Estados Unidos, que é um dos cânions mais famosos e espetaculares do mundo. Eles são frequentemente destinos turísticos populares devido à sua beleza cênica e importância geológica.

O Grand Canyon é um dos destinos naturais mais famosos e espetaculares dos
 Estados Unidos. Ele está localizado no estado do Arizona e é um desfiladeiro
gigantesco esculpido pelo rio Colorado ao longo de milhões de anos.

OBSERVAÇÃO: É fundamental destacar que a formação de cânions pode estar relacionada a uma série de erosões que ocorreram de forma simultânea ou em diferentes períodos. Essas erosões podem estar ligadas às mudanças climáticas naturais ao longo das eras e períodos geológicos, bem como à intensa atividade tectônica no passado.

RIO SÃO FRANCISCO

        O rio São Francisco, carinhosamente conhecido como "Velho Chico" e também como "Nilo brasileiro", em virtude de suas cheias, que tornam férteis suas margens, é um dos rios mais icônicos e importantes do Brasil. Com uma extensão de aproximadamente 2.914 km (quilômetros), ele se estende por cinco estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O rio São Francisco é singular em muitos aspectos, incluindo sua relevância geográfica, histórica, cultural e econômica.

Nascente do rio São Francisco na Serra da Canastra-MG.

        O volume anual de água do rio São Francisco é notável, embora também varie significativamente de acordo com as estações climáticas. Em média, o rio deságua cerca de 2.850 m³/s (metros cúbicos por segundo) de água por segundo em seu estuário, o que o coloca entre os maiores rios do Brasil em termos de volume de água. Esse rio desempenha um papel vital na agricultura, fornecendo água para irrigação de terras férteis nas áreas circundantes e com as obras de engenharia da transposição do rio São Francisco, lugares mais afastados do rio, se abastecem de suas águas, amenizando a seca do Sertão nordestino. O Rio São Francisco também é utilizado para a geração de energia. Grandes usinas hidrelétricas, como Xingó e Sobradinho, utilizam a força de suas águas para geração de eletricidade. A energia gerada abastece a região Nordeste e parte do estado de Minas Gerais."

Barragem de Sobradinho-BA.

        Porém, o São Francisco não é apenas um recurso hídrico; é um pilar cultural e histórico da região nordeste do Brasil. Ao longo de sua extensão, o rio é pontilhado por cidades históricas, como Piranhas e Petrolina, que se desenvolveram ao longo de suas margens. Muitas famílias praticam a pesca de subsistência e o turismo é outra atividade importante. Além disso, o rio São Francisco é uma parte integrante da cultura do nordeste do Brasil, sendo celebrado em músicas, festivais e tradições locais.

Cânion do rio São Francisco entre Alagoas e Sergipe.

        No entanto, assim como outros rios brasileiros, o São Francisco também enfrenta desafios significativos, incluindo a degradação ambiental e a pressão sobre seus recursos naturais. A gestão sustentável e a conservação do rio São Francisco são temas cruciais para assegurar a sua sobrevivência e a continuidade de sua importância para a região. Em resumo, o rio São Francisco é uma característica geográfica única e fundamental que desempenha um papel multifacetado na vida, história e cultura do Brasil. Por sua importância, também é chamado de "Rio da Unidade Nacional".


Rio São Francisco após a hidrelétrica de Xingó (AL/SE).